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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fármacos antibacterianos: sulfonamidas


            As sulfonamidas,( sulfametoxazol, sulfadimidina e sulfassalazina), são agentes bacteriostáticos que inibem a síntese de folato, competindo com o PABA pela enzima diidropteroato sintetase. Pode ocorrer resistência mediada por plasmídeo, que resulta em uma enzima insensível ao fármaco.
          Os usos clínicos incluem: queimaduras infectadas, algumas infecções transmitidas sexualmente e doença inflamatória intestinal. Combinada com primetamina são usadas para a malaria fármaco-resistente e para toxoplasmose.
          Os efeitos adversos são náuseas e vômitos, cefaléia, depressão mental, hepatite, metemoglobinemia, reações de hipersensibilidade, depressão da medula óssea e cristalúria.
          A trimetoprina é um fármaco relacionado, que inibe a diidrofolato redutase, usada em associação com o sulfametoxazol no tratamento de infecções do trato urinário e respiratórias, e para pneumonia em pacientes com AIDS causada pelo Pneumocystis carinii. Os efeitos adversos mais comuns incluem náuseas, vômitos, distúrbios sanguíneos, rashes cutâneos e anemia megaloblástica.

Antibióticos β-lactâmicos


A penicilina foi o primeiro antibiótico descoberto, existem diferentes tipos de penicilina, (penicilinas naturais, como a benzilpenicilina, semi-sintéticas ou resistente à β-lactamase, como a flucoxacilina, de amplo espectro, como a ampicilina e de espectro estendido, como a ticaralina), que inferem com a síntese do peptídeoglicano da parede celular bacteriana. Os principais usos clínicos são meningite bacteriana, infecções dos ossos, das articulações, do trato urinário, de pele e dos tecidos moles, faringite, otite média, bronquite, pneumonia, gonorréia, sífilis, endocardite e infecções sérias com P. aeruginosa. E seus efeitos adversos incluem reações de hipersensibilidade, erupções cutâneas, distúrbios gastrintestinais e superinfecção por microrganismos resistentes.
            As cefalosporinas  e cefamicinas, (cefotaxima, ceftazidima e ceftriaxona), também interferem com a síntese do peptídeoglicano. Seus usos clínicos são septicemia, pneumonia, meningite, sinusite e infecções dos tratos urinário e biliar. E os efeitos adversos, reações de hipersensibilidade, nefrotoxicidade, diarréia e intolerância ao álcool.
            Os carbapenes, como o imipenem, o meropenem e o ertpenem, são antibióticos de amplo espectro, com poucos efeitos adversos (náuseas e vômitos). Em altas concentrações podem ser neurotóxicos.
            O aztronam é um monobactâmico, ativo apenas contra bastonetes aeróbicos gram-negativas.

Fármacos antiepilépticos


A epilepsia é uma doença complexa, geralmente acompanhada por convulsões, que requer tratamento contínuo. Caracterizada pela atividade elétrica anormal no cérebro, pode se tornar altamente incapacitante.
            Alguns fármacos inibem a função dos canais de sódio, como a fenitoína, a lamotrigina, a carbamazepina e o valproato, outros inibem os canais de cálcio, como a etossuximida e a gabapentina, existem ainda aqueles que possuem o mecanismo de ação desconhecidos. Os mais bem estabelecidos e utilizados são: carbamazepina, valproato, fenitoína, etossuximida, fenobarbital e benzodiazepínicos.
            A fenitoína não deve ser usada em crises de ausência e apesar de possuir uma ampla janela terapêutica possui efeitos adversos sérios, (vertigem, ataxia, cefaléia, nistagmo, hiperplasia gradual das gengivas, hirsutismo, feições grosseiras, anemia megaloblástica, rashes e más formações fetais). Doses elevadas podem causar confusão mental e prejudicar a capacidade intelectual.
            O valproato aumenta a ação do GABA, é muito útil na epilepsia infantil e em adolescentes. Apresenta menos efeitos adversos, (hepatotoxicidade, adelgaçamento e encrespamento dos cabelos e é teratogênico).
          A carbamazepina é usada em crises parciais complexas. Seus efeitos adversos incluem: sonolência, tontura, ataxia, distúrbios mentais e motores graves, vários efeitos colaterais gastrintestinais e cardiovasculares.
          A etossuximida é usada em crises de ausência. Possui efeitos adversos mais leves, (náuseas, anorexia, letargia e tonturas).
          O fenobarbital não pode ser usado em pacientes com porfiria e não é eficaz em crises de ausência. Os efeitos adversos são: sedação, anemia megaloblástica, reações leves de hipersensibilidade e osteomalácia. Em doses elevadas pode causar insuficiência respiratória e circulatória.
          Dos benzodiazepínicos, o diazepam é dado para tratar o mal epiléptico, enquanto o clonazepam e o clobazam são usados no tratamento da epilepsia, mas podem causar sedação e síndrome de abstinência.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Fármacos antidepressivos


A depressão é um distúrbio difícil de ser caracterizado, pode levar a incapacidade e a morte prematura. Quando as oscilações de humor seguem sempre uma mesma direção a depressão é considerada unipolar, e quando oscila com a mania é considerada bipolar.
            Os inibidores seletivos da captura de serotonina (ISCSs), como a fluoxetina e a sertralina, são os fármacos mais utilizados atualmente. Os efeitos adversos são náuseas, anorexia, perda de libido, incapacidade de ter orgasmo e síndrome de serotonina (tremores, hipertermia e colapso cardiovascular).
          Antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina e a desmipramina, inibem a recaptura de noradrenalina. Em dosagem habitual os efeitos adversos são boca seca, visão embaçada, constipação, retenção urinária, hipotensão postural, sedação e aumentam um pouco o risco de morte súbita de causa cardíaca. Superdosagem pode levar ao coma e depressão respiratória.
          Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs), como a iproniazida e a fenelzina, causam aumento da atividade motora, euforia e excitação. Os efeitos adversos incluem hipotensão, tremores, excitação, insônia, boca seca, visão embaçada, retenção urinária e ganho de peso. Superdosagem pode causar convulsões.

Fármacos antipsicóticos

            Fármacos antipsicóticos são usados para tratar os sintomas da esquizofrenia, uma doença caracterizada pelas alucinações, delírios, comportamentos anormais e distúrbios de pensamento, (sintomas positivos), ainda pelo nivelamento das respostas emocionais e retraimento social, (sintomas negativos). Classificados em típicos, como o haloperidol ou a clorpromazina, e atípicos, como a risperidona ou a clozapina. Sendo que a maior diferença é a menor incidência de efeitos extrapiramidais no grupo atípico.
              O principal mecanismo de ação é o antagonismo dos receptores D2 de dopamina, apesar de afetarem outros receptores de monoaminas, graças a isso o efeito leva até semanas para aparecer. O que distingue essa classe de outros psicotrópicos é o fato de reduzirem a atividade motora espontânea e inibirem tendências agressivas. Geram muitos efeitos adversos, mas os mais preocupantes são os efeitos colaterais extrapiramidais, (distonias agudas e discinesias tardias).

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Fármacos ansiolíticos e hipnóticos


Ansiolíticos e hipnóticos são fármacos usados para reduzir a ansiedade ou induzir o sono, as principais classes são os benzodiazepínicos e barbitúricos. Os barbitúricos, com exceção do fenobarbital usado para tratar epilepsia e do tiopental usado como anestésico intravenoso, foram altamente suplantados pelos benzodiazepínicos.
            Como além de produzirem alto grau de dependência e tolerância, os barbitúricos podem causar morte por depressão respiratória e cardíaca se dados em altas doses, a sua administração deve ser cuidadosa.
            Os benzodiazepínicos diminuem a agressividade e a ansiedade, induzem o sono e possuem atividade anticonvulsivante. Seus efeitos adversos são sonolência, confusão, comprometimento da coordenação, amnésia e redução do tono muscular. Geram também tolerância e dependência. Em intoxicações agudas não causam depressão respiratória e possuem um antagonista disponível para tratamento.
            A buspirona é usada para tratar transtornos de ansiedade e possui efeitos colaterais mais amenos, (náuseas, tonturas, cefaléias e agitação). 

Analgésicos opiáceos


            A morfina é o principal representante desta classe e possui ação analgésica muito forte, mas não tem boa absorção no trato gastrintestinal, sendo normalmente administrada por via parenteral, o que diminui o seu espectro de uso. Os análogos da morfina apresentam os mesmos efeitos em intensidades diferentes e são, na maior parte, melhor absorvidos.
            Os efeitos no sistema nervoso incluem analgesia, depressão do reflexo da tosse, depressão respiratória, euforia, náuseas, vômitos e constrição pupilar, (bem característica nos usuários de heroína e no coma, induzido por estas substâncias). Causam também liberação de histamina, broncocostrição, hipotensão, atraso no esvaziamento gástrico, constipação e elevação na pressão intrabiliar. Contudo os efeitos mais preocupantes são a dependência física e a tolerância. Tolerância é quando se torna preciso usar doses cada vez maiores para se atingir o mesmo efeito.
              Os análogos da morfina geralmente são usados para tratar dores intensas de causas não-neuropáticas e dor pós-operatória. A codeína é usada como antitussígeno, muitas vezes em preparações de venda livre, pois parece não causar dependência e o efeito não aumenta com a dose, o que diminui as chances de depressão respiratória e coma.