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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Anestésicos intravenosos


            O tiopental é um barbitúrico que atravessa rapidamente a barreira hematoencefálica. Não é capaz de impedir as respostas involuntárias à dor. Possui janela terapêutica estreita e pode causar depressão cardiovascular, mas mesmo em doses normais causa sonolência e depressão respiratória em baixa intensidade, durante a recuperação.
            O etiomidato apesar de ser similar ao tipental possui uma janela terapêutica mais ampla, com isso o risco de depressão cardiovascular é menor. Não deve ser usado em pacientes com insuficiência supra-renal, pois existe o risco de suprimir esta glândula. Existe a possibilidade de que ocorram movimentos involuntários durante a indução.
            O propofol é usado em cirurgias simples por infusão contínua, isso porque não possui efeito acumulativo. Metabolizado rapidamente, não causa movimentos involuntários ou supressão da supra-renal.
            A cetamina ainda é usada em procedimentos menores na pediatria, apesar de causar anestesia dissociativa, aumento da pressão intracraniana e efeitos alucinógenos.

Anestésicos inalatórios


            As principais características dos anestésicos inalatórios são: o coeficiente de partição sangue:gás (que determina a solubilidade no sangue), e o coeficiente de partição óleo:gás (que determina a solubilidade na gordura). Um coeficiente de partição no sangue baixo é indicativo de uma indução e uma recuperação mais rápidas.
            O halotano possui indução e recuperação relativamente rápidas, contudo não possui efeito analgésico e causa relaxamento do útero. Os efeitos adversos mais comuns são hipotensão, hepatite, hipertermia maligna e “ressaca”.
            O enflurano é similar ao halotano, mas é menos metabolizado o que leva a menores riscos de toxicidade. Possui velocidade de indução moderada e pode provocar hipertermia maligna.
            O óxido nitroso possui baixo coeficiente de partição no sangue, é analgésico, usado para aliviar a dor do parto. Geralmente administrado em associação com outros anestésicos inalatórios. Causa hipóxia transitória, perigosa em pacientes com problemas respiratórios, e depressão da medula óssea após exposição prolongada.
            Atualmente o anestésico inalatório mais utilizado é o isoflurano, mas pode pior a isquemia cardíaca em pacientes com doença coronária.
            Para cirurgias mais simples utiliza-se o desflurano, por causada indução e da recuperação rápidas. Pode causar tosse e broncoespasmos.

Doença de Parkinson


            Os sintomas mais claros da doença de Parkinson são o tremor em repouso, a rigidez muscular e a dificuldade para realizar movimentos voluntários. É causada por uma apoptose descontrolada dos neurônios.
            O principal medicamento utilizado no tratamento é a levodopa, que pode ser dada em conjunto com um inibidor periférico da dopadescarboxilase, (carbidopa, benserazida), ou com a selegina, que é um inibidor seletivo da MAO-B. Os efeitos adversos da levodopa são náuseas, anorexia, hipotensão postural, delírios, alucinações, confusão, desorientação, insônia e pesadelos tendem a desaparecer com a continuidade do tratamento, discinesia (movimentos involuntários de contorção), hipocinesia e rigidez.
            Outra opção são os agonistas do receptor de dopamina. A bromocriptina causa náuseas, vômitos e fibrose peritonial. Enquanto a lisurida, a pergolida, o ropinirol, a carbegolina e o pramipexol, geram confusão e delírios ocasionais, e distúrbios do sono.
            A amantadina também aumenta a liberação da dopamina, mas é menos efetiva que a levodopa.

Doença de Alzheimer

            A doença de Alzheimer é caracterizada por perda de memória, causada pela formação anormal de placas amilóides e neurodegeneração. Popularmente associada a idosos, pode ocorrer em pessoas mais jovens apesar de ser raro.
            Para tratar doença de Alzheimer de leve a moderada se utiliza inibidores da colinasterase, como a tacrina, a donepezila, a rivastigmina e a galantamina. Os efeitos adversos são náuseas, cólicas abdominais e hepatotoxicidade.
            Em casos de doença de Alzheimer de moderada a grave o medicamento utilizado é a amantadina, um antagonista dos receptores NMDA.
            O diagnóstico dessa doença é complexo e deve ser feito com bastante cuidado, para tentar diminuir o impacto da noticia no paciente e nos familiares.

Diabetes melitus


            O diabetes é classificado em tipo1, totalmente de origem genética, tipo 2, que se origina da relação entre predisposição genética e fatores ambientais e sociais, e o diabetes gestacional. O tratamento do tipo 2 é quase exclusivamente feito com insulina, enquanto para os outros tipos é mais comum a utilização de hipoglicemiantes orais.
            A insulina é aplicada por via parenteral, aumenta a captação de glicose e gordura, e a síntese de glicogênio, ao mesmo tempo diminui a gliconeogênese e a degradação do glicogênio. É usada clinicamente no tratamento de diabetes tipo 1, emergências hiperglicêmicas, comprometimento da tolerância à glicose durante eventos intercorrentes, diabetes gestacional não controlado apenas por dieta, tratamento de emergência da hipercalemia e em casos de pacientes tipo 2 não-responsivos a outros medicamentos. O principal efeito adverso é a hipoglicemia.
            A metiformina é o medicamento de primeira escolha para pacientes tipo 2, uma biguanida que aumenta a captação de glicose e a utilização no músculo esquelético, reduz a produção hepática de glicose, o LDL e o VLDL. Pode causar distúrbios gastrintestinais relacionados com a dose e mais raramente produz acidose lática, seu uso prolongado interfere na absorção de vitamina B12.
            Sulfoniluréias, como a alopropamida e a glibenclamida, bloqueiam a ativação dos canais KATP na célula β causando despolarização, entrada de Ca2+ e secreção de insulina. Só podem ser usadas por diabéticos tipo 2 com células β funcionais. Os efeitos adversos incluem hipoglicemia, ganho de peso, desconfortos gastrintestinais, rashes cutâneos alérgicos e lesão na medula óssea. Interage com diuréticos tiazídicos, corticóides, AINE´s entre outros.
            Rosiglitazona e pioglitazona são glitazonas, reduzem a saída de glicose hepática e aumentam a captação de glicose para o músculo. Usadas no diabetes tipo 2, pois aumentam a sensibilidade à insulina, o que pode tonar perigosa a associação com outros hipoglicemiantes. Geram ganho de peso, retenção hídrica, cefaléia, cansaço e distúrbios gastrintestinais.
            A acorbase é um inibidor da α-glicosidase, que retarda a absorção de carboidratos.  É recomendada principalmente para pacientes tipo 2 obesos, mas causa flatulência, fezes amolecidas ou diarréia.

Redutores de lipídeos


          As estatinas são inibidoras competitivas, seletivas e reversíveis da HGM-CoA redutase, reduzindo o LDL citoplasmático. Reduzem a inflamação vascular e a agregabilidade plaquetária, aumentam a neovascularização do tecido isquêmico e estabilizam a placa aterosclerótica. Os efeitos adversos mais comuns são mialgia, distúrbios gastrintestinais, elevação das concentrações de enzimas hepáticas no plasma, insônia e rash, mas em casos mais raros causa miosite grave e angioedema. Usado clinicamente para reduzir o colesterol sanguíneo, prevenir doenças arteriais, infartos e AVCs em pacientes pré-dispostos.
          Os fibratos como benzafibrato, ciprofibrato, genfibrozila, fenofibrato e clofibrato reduzem fortemente os triglicerídeos, e ainda inibem a inflamação do músculo liso vascular, reduzem a proteína C reativa, o fibrinogênio plasmático e a tolerância a glicose. São usados no tratamento da dislipidemia mista e para pacientes com baixo nível de HDL e alto risco de doença ateromatosa.  Podem causar miosite grave, sintomas gastrintestinais, prurido e rash. O clorofibrato predispõe à formação de cálculos biliares.
          A ezetimiba é uma azetidinona e inibe a absorção de colesterol. É usada no tratamento da hipercolesterolemia quando houver contra indicação de estatinas, ou em conjunto com as estatinas em pacientes não-responsivos. Gera diarréia, dor abdominal ou cefaléia, e ainda foram relatados rash e angioedema.
          A colestiramina e o colestipol são resinas ligantes de ácidos biliares, eles seqüestram ácidos biliares no intestino e impedem sua reabsorção e circulação enteroepática. Os efeitos adversos incluem sintomas gastrintestinais e aumento de triglicerídeos. Interferem com a absorção de vitaminas lipossolúveis e de fármacos como a clorotiazida, a digoxina e a varfarina.  Úteis no tratamento de prurido em pacientes com obstrução biliar parcial e diarréia por ácidos biliares.
     Os etilésteres de acido ômega-3 reduzem as concentrações de triglicerídeos, mas aumentam o colesterol.
     O ácido nicotínico e seus derivados inibem a produção hepática de triglicerídeos e a secreção de VLDL, reduzem os triglicerídeos e o LDL, e aumenta o HDL. Podem causar rubor, palpitações e distúrbios gastrintestinais, e em doses elevadas interferem com a função hepática e aumenta a concentração circulante de uratos.