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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Fármacos anti-helmínticos

            Os benzimidazóis inibem a proliferação da β-tubulina helmíntica. O mebendazol é usado contra oxiurose, ancilostomose, filáriose e verme chicote, mas pode causar distúrbios gastrintestinais. O tiabendazol é administrado contra estrongilose, triquiniase, larva migrans cutânea e larva migrans visceral, seus efeitos adversos são distúrbios gastrintestinais, cefaléia, tonturas, enjôo, febre e erupções cutâneas. O albendazol pode ser usado na enterobiose, hidátide, verme chicote, larva migrans cutânea e larva migrans visceral, causa distúrbios gastrintestinais.
            O praziquantel paralisa e mata o verme por comprometimento da homeostase do Ca2+. Seus usos clínicos são esquistossomose, cisticercose e teníase. Pode provocar distúrbios gastrintestinais, tonturas, dor muscular e articular, erupções cutâneas e febre baixa.
          A piperazina Inibe reversivelmente a transmissão neuromuscular no verme, que paralisado é expelido vivo pelo peristaltismo intestinal normal. É usada clinicamente contra ascaridíase e enterobiose. Gera distúrbios gastrintestinais, urticária, broncoespasmos, tonturas, parestesias, vertigens e dificuldade de coordenação.
          A niclosamida danifica o escoléx e um segmento proximal da tênia, sendo usada em associação com o praziquantel na infestação por este verme. Os efeitos adversos são leves, (náuseas e vômitos).
          A dietilcarbamazina é usada contra filariose. Causa distúrbios gastrintestinais, artralgias, cefaléia, sensação geral de fraqueza, erupções cutâneas, aumento das glândulas linfáticas, tontura, taquicardia e distúrbios respiratórios.
          O levamisol usado na ascaridíase, estimula e, subseqüentemente, bloqueia as junções neuromusculares, paralisando os vermes, que são expelidos normalmente. Gera distúrbios gastrintestinais, tonturas, erupções cutâneas e encefalopatia.
          A ivermectina paralisa o verme, por isso é usada na filariose, enterobiose, estrongilóse e verme chicote.  Os efeitos adversos são erupções cutâneas, febre, vertigens, cefaléia e dores nos músculos, articulações e nas glândulas linfáticas.

Fármacos antiprotozoários: malária

            A malária é considerada pela OMS como um problema de saúde publica. É transmitida pelo mosquito Anopheles contaminado por parasitas do gênero Plasmodium. Os principais sintomas são febre, calafrios, dor nas articulações, cefaléia e vomito repetido, podendo chegar a convulsões generalizadas e coma. Os fármacos antimaláricos são usados para quimioprofilaxia, evitar a trasmissão, tratar a forma aguda ou afetar a raiz da infecção (cura radical).
            A cloroquina inibe a heme polimerase parasitaria e é segura para gestantes. Causar náusea, vômitos, tonturas, visão turva, cefaléia, sintomas de urticária e retinopatia. Injeções em bolos intravenosos podem causar hipotensão e disritmias fatais. É usada para tratar a forma aguda e na quimioprofilaxia.
A halofantrina é usada no tratamento da forma aguda. Gera dor abdominal, distúrbios gastrintestinais, cefaléia, aumento temporário das enzimas hepáticas, tosse, prurido, alterações no ritmo cardíaco, anemia hemolítica e convulsões.
            Alguns fármacos que interfere com o folato são usados no tratamento da forma aguda. A Pirimetamina, a trimetoprima e a proguanila inibem a formação de tetraidrofolato, enquanto a sulfadoxila e a dapsona inibem competitivamente a síntese de folato. a combinação primetamina-dapsona pode causar anemia hemolítica, agranulocitose, alveolite esinofílica, reações cutâneas sérias, discrasias sanguíneas e alveolite alérgica. Altas doses de pirimetamina podem causar anemia megaloblástica. Antibióticos como a doxaciclina e a tetraciclina, também são usados.
            A artemisinina pode ser usada na malária cerebral. Causa bloqueio cardíaco transitório, queda na contagem neutrofílica sanguínea e febre. Alguns compostos relacionados como artemeter, artefleno e artesunato também são usados.
            Os fármacos que efetuam a cura radical ou seja curam as formas da malária em que o parásita possui um estágio dormente no fígado, (primaquina, etaquina e tafenoquina), podem gerar sintomas gastrintestinais relacionados à dose e metemoglobinemia com cianose.
            Para evitar a transmissão utiliza-se Primaquina, proguanila e pirimetamina.

Antiprotozoários

            A amebíase é causada pela Entamoeba histolyca, caracterizada por uma disenteria severa, que pode ser acompanhada de abscessos hepáticos.  O tratamento é feito com metronidazol ou diloxanida. O metronidazol, que também é útil na tricomoníase e giardíase, é usado no tratamento de amebíase invasiva do intestino ou do fígado, mas causa distúrbios gastrintestinais menores, tonturas, cefaléia e neuropatias sensitivas. A diloxanida é dada a pacientes infectados assintomáticos e para evitar recidivas.
            A leishmaniose pode ser causada por vários microrganismos da família da Leishmania, e os sintomas variam desde uma simples infecção de pele à uma forma visceral séria. Os principais fármacos utilizados são o estibogliconato de sódio e a miltefosina. O estibogliconato de sódio gera anorexia, vômitos, bradicardia, hipotensão, tosse e dor subesternal. A miltefosina é útil na leshmaniose cutânea e visceral, os efeitos adversos são fracos, (náuseas e vômitos).
               A toxoplasmose é uma doença geralmente assintomática ou autolimitada, que pode ser tornar grave em gestantes, imunodeprimidos ou portadores de HIV. O agente causador é o Toxoplasma gondii. O tratamento de primeira escolha é a associação entre pirimetamina e sulfadiazina, mas também pode ser utilizada a trimetroprima-sulfametaxonazol ou  pentamidina parenteral.

domingo, 3 de julho de 2011

Antifúngicos sintéticos


            Os azóis inibem a conversão do lanosterol em ergosterol, o que altera a fluidez da membrana, impedindo a replicação. São usados clinicamente para tratar meningite, candidiase, aspergilose pulmonar, histoplasmose, coccidiomicose e blastomicose. O cetoconazol causa toxicidade hepática, distúrbios gastrintestinais, prurido e ginecomastia. O Fluconazol causa náuseas, cefaléia, lesões esfoliativas da pele, dor abdominal e hepatite. Os efeitos adversos do itraconazol incluem distúrbios gastrintestinais, hepatite, cefaléia, tontura, hipocalemia, impotência e reações alérgicas na pele.  O miconazol produz distúrbios gastrintestinais, prurido, discrasias sanguíneas, hiponatremia e lesão hepática.
                A flucitosina inibe a síntese de DNA nas células fúngicas. É usada em associação com a anfotericina para tratar candidiase sistêmica e meningite estreptocócica. Os efeitos adverso são: distúrbios gastrintestinais, anemia, neutropenia, trombocitopenia, alopecia e hepatite.
A terbinafina inibe a síntese de ergosterol a partir do esqualeno na parede fúngica. Administrada em infecções fúngicas ou tinhas das unhas. Provoca distúrbios gastrintestinais, erupções cutâneas, prurido cefaléia e tontura.

Antibióticos antifúngicos


            A anfotericina interfere com a permeabilidade e com as funções de transporte da membrana celular do fungo. Usada no tratamento de meningite criptocócica, infecções por Aspergillus, Candida e a maior parte dos fungos e leveduras. Causa toxicidade renal, hipocalemia, hipomagnesemia, comprometimento da função hepática, trombocitopenia e reações anafiláticas.
            A nistatina é usada em infecções por Candida na pele, membrana, mucosas e trato gastrintestinal. Seus efeitos adversos são náuseas, vômitos e diarréia.
            A griseofulvina interage com os microtúbulos fúngicos e interfera na mitose. Seu uso clínico se restringe a infecções dermatóficas da pele ou das unhas. Gera cefaléia, fotossensibilidade, distúrbios gastrintestinais e reações alérgicas.
            As equinocandinas, (equinocandina B e caspofungina), interferem na integridade da parede celular fúngica. São usadas no tratamento da aspergilose pulmonar.
                 

Tratamento da tuberculose



            A tuberculose é uma infecção causada pelo Mycobacterium tuberculosis. O tratamento é feito em duas fazes, nos primeiros 2 meses utiliza-se uma combinação de isoniazida, rifampicina e pirazinamida, (utiliza-se etambutol se houver suspeita de resistência), e nos 4 meses seguintes apenas a rifampicina e a isoniazida.
            A rifampicina inibe a RNA-polimerase dependente de DNA nas células procariontes. Causa erupções cutâneas, febre, distúrbios gastrintestinais e lesão hepática com icterícia.
            A isoniazida interfere na parede celular das micobactérias e penetra com facilidade nas lesões caseoas nos pulmões.  Seus efeitos adversos podem ser graves, (erupções cutâneas alérgica, febre, hepatotoxicidade, alterações hematológicas, sintomas artríticos e vasculite.
            A pirazinamida é ativa apenas no pH ácido, como o dos macrófagos após a fagocitose, penetra na barreira hematoencefálica e possui resistência cruzada com a isoniazida. Gera mal-estar, febre, distúrbios gastrintestinais, gota e lesão hepática.
            O etambutol é usado para evitar a proliferação de organismos resistentes e na meningite tuberculosa. Seu efeito adverso mais preocupante é a neurite óptica. 

Tratamento da lepra


            A lepra é causada pelo Mycobacterium leprae. A lepra paucibacilar é tratada por 6 meses com dapsona e rifampicina, já a lepra multibacilar é tratada por, no mínimo, 2 anos com rifampicina, dapsona e clofazimina.
            A dapsona inibe a síntese de folato nas bactérias. Causa hemólise, febre, metemoglobinemia, anorexia, náuseas, vômitos, dermatite alérgica, neuropatia e reações lepróticas.
            A rifampicina inibe a RNA-polimerase dependente de DNA nas células procariontes. Causa erupções cutâneas, febre, distúrbios gastrintestinais e lesão hepática com icterícia.
            A clofazimina provavelmente age no DNA dos bacilos e possui uma ação antiinflamatória muito útil. Os efeitos adversos incluem náuseas, tonturas, cefaléia, distúrbios gastrintestinais, a pele e a urina desenvolvem uma coloração avermelhada, enquanto as lesões sofrem uma descoloração azul escura.

Outros fármacos antibióticos


            As fluoroquinolonas, como a ciprofloxacina, a levofloxacina, a ofloxacina, a norfloxacina e o ácido nalidíxico, inibem a topoisomerase II na bactéria. Os usos clínicos incluem: antraz, cervicite, prostatite bacteriana, infecções do trato urinário complicadas, infecções respiratórias por P. aeruginosa nos pacientes com fibrose cística, otite externa invasiva causada pela P. aeruginosa, osteomielite crônica por bacilos gram-negativos e erradicação da Salmonella typhi nos portadores. E os efeitos adversos são distúrbios gastrintestinais, erupções cutâneas e artropatia.
            Os antibióticos glicopeptídeos, como a vancomicina e a teicoplanina, inibem a síntese da parede celular bacteriana. A vancomicina é usada contra colite pseudomembranosa, infecções estafilocócicas multirresitentes e algumas formas de endocardite, mas geram febre, erupções cutâneas, flebite no local da injeção, ototoxicidade, nefrotoxicidade e reações de hipersensibilidade.
            Os antibióticos polimixínicos, (polimixina B e colistina), alteram os fosfolipídios da membrana celular das bactérias. São usados apenas para tratamento tópico de infecções nas orelhas, olhos e pele, pois são neurotóxicos e nefrotóxicos.

Antibióticos que interferem na síntese protéica bacteriana


As tetraciclinas, (tetracilina, oxitetraciclina, demicociclina, limeciclina, doxiciclina e minociclina), são antibióticos de amplo espectro que competem com o RNA transportador pelo sítio de ligação nas bactérias. Os usos clínicos são infecções por Rickettsia e Chlamydia, brucelose, acne, antraz, doença de Lyme, infecções mistas do trato respiratório e secreção inadequada de hormônio antidiurético. Com efeitos adversos como distúrbios gastrintestinais, deficiência de vitaminas do complexo B, manchas nos dentes, hipoplasia dentária, deformidades ósseas, hepatotoxicidade e fototoxicidade. Tratamentos a longo prazo podem causar mielotoxicidade.
            O cloranfenicol se liga a subunidade 50S do ribossomo bacteriano, assim como a eritromicina e a clindamicina. Usado no tratamento de infecções causadas por H. influenzae resistente a outros fármacos, meningite em pacientes alérgicos a penicilina, conjuntivite bacteriana e febre tifóide.  Causa sérios efeitos adversos, (depressão severa e idiossincrática da medula óssea, síndrome do bebê cinzento, hipersensibilidade e distúrbios gstrinestinais).
            Os aminoglicosídeos, como a gentamicina, a estreptomicina, a aminocacina, a tobramicina, a metilmicina e a neomicina, se ligam a subunidade 30s do ribossomo bacteriano. São ativos contra microrganismos entéricos gram-negativos, P. aeruginosa e sepse. São nefrotóxicos, ototóxicos e causam paralisia por bloqueio neuromuscular.
            Os macrolídeos, (claritomicina, azitromicina,espiramicina e teltramicina), afetam a translocação na síntese proteica bacteriana. Substituem a penicilina em pacientes alérgicos e podem causar: distúrbios gastrintestinais, erupções cutâneas, febre, distúrbios transitórios de audição, icterícia colestática e infecções oportunistas do trato gastrintestinal ou da vagina.
            As estreptograminas, quinuprustina e dalfopristina, ligam-se a porção 50S do ribossomo bacteriano. São administradas juntamente em infecções onde não há outro antibiótico adequado. Geram inflamação e dor no local da injeção, artralgia, mialgia, náuseas, vômitos e diarréias.
            A clindamicina é prescrita para infecções causadas pelos por microrganismos Bacteroides, infecções estafilocócicas dos ossos e das articulações, e conjuntivite estafilocócica. Os efeitos adversos são: distúrbios gastrintestinais e colite pseudomenbranosa.
            A linezolida é usada para tratar pneumonia, septicemia e infecções de pele e dos tecidos moles, com o uso restrito apenas para quando outros tratamentos falham. Causa trombocitopenia, diarréia, náuseas, erupções cutâneas e tonturas.
            O ácido fusídico é ativo principalmente contra bactérias gram-positivas e geram distúrbios gastrintestinais, erupções cutâneas e icterícia.